O empresário Valderson Wilson Guimarães, de 45 anos, conhecido como ‘Caveirinha’ e o ex-presidiário Ronalth de Sousa Oliveira, de 23 anos, foram jurados de morte pela facção criminosa Comando Vermelho (CV) depois que os dois balearam um dos ‘disciplinas’ do grupo por causa de uma dívida de drogas, segundo demonstraram as investigações conduzidas pelo Núcleo de Pessoas desaparecidas da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Os disciplinas são membros do grupo que são responsáveis por ordenar as sessões de tortura patrocinadas pelo Comando Vermelho, também conhecidas como 'salves'.
Os dois estão desaparecidos há cinco dias e foram vistos pela última vez na quinta-feira, 25 de abril, em suas casas, localizadas nos bairros Santa Isabel e Paiaguás, ambos em Várzea Grande. Os sumiços foram registrados com uma hora de diferença.
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Conforme apurado pelo HNT, Ronalth e Valderson são amigos de longa data e se conheceram no bairro Paiaguás. Ocorre que Ronalth, que chegou a ser preso por tráfico de drogas e estava solto há poucos dias, estava devendo dinheiro ao Comando Vermelho e por isso, sofria ameaças da facção.
Foi então que o ex-presidiário chamou o amigo para ‘dar uma prensa’ no cobrador. Na ocasião, os dois balearam o faccionado. Então, eles foram ‘jurados’ de morte pelo grupo criminoso.
Ciente da promessa feita pelas lideranças do Comando Vermelho, ‘Caveirinha’ chegou a mandar um áudio no grupo dos moradores do Paiaguás, onde afirma que estava andando armado e com colete a prova de balas.
“Eu estou andando só daquele jeito mesmo: de colete e tem que andar com dois. Eu meti bala em um disciplina lá do Paiaguás. O cara queria invocar comigo que quem manda lá no Paiaguás, Nova Fronteira é ele”, diz ele na gravação.
No entanto, apesar de ‘Caveirinha’ afirmar que baleou o ‘disciplina’, não há registros oficiais demonstrando que o ferido deu entrada no Hospital e Pronto-Socorro de Várzea Grande.
CARRO ENCONTRADO
No sábado (26), o veículo Ford Fiesta de ‘Caveirinha’ foi encontrado abandonado, batido e com marca de tiro no para-brisa. O carro estava num matagal nos fundos do bairro João Baracat, em Várzea Grande. Não havia sinais de sangue no veículo ou no local. Em uma análise preliminar, a polícia acredita que os dois tenham sido atraídos para o local, uma vez que não há sinais de luta corporal, resistência ou vestígios de sangue no veículo. Contudo, o carro será submetido a perícia ainda nesta semana que pode, ou não, confirmar as suspeitas iniciais.
Além disso, a investigação trabalha com a hipótese de que os tiros foram feitos para despistar as autoridades e dificultar a elucidação do caso.
A polícia continua realizando buscas para localizar Ronalth e Valderson, mas também estuda a possibilidade de que eles tenham sido assassinados pela facção criminosa.
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