Presente em uma das reuniões, a presidente da Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (Aipc), Anna Paula Losi, disse ao Estadão/Broadcast que é difícil transferir a produção para outros mercados, ainda que seja necessário tornar a indústria brasileira mais competitiva.
"Abrir novos mercados sempre é importante, mas não é algo que vai solucionar o problema mais imediato. E, no nosso caso, acho pouco provável que a gente consiga novos mercados para absorver todo o volume de manteiga DE CACAU(de cacau) que vai para os Estados Unidos", disse Anna Paula. Os EUA são o segundo maior importador do produto. "A gente vai perder mercado e, se inundar isso aqui no mercado local, a gente vai ter um colapso da cadeia como um todo."
Na mesma linha, o presidente da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), André Passos, afirmou que a busca por novos mercados é "muito difícil" no curto prazo.
A indústria química nacional exporta hoje US$ 2,4 bilhões em produtos químicos para os EUA, 80% concentrados em 50 categorias. Os americanos são o segundo maior mercado do setor químico brasileiro. Passos afirma que a sobretaxa de 50% é insustentável. "Parece muito claro que eles vão ter de mudar, até por pressão das próprias empresas dos Estados Unidos que operam no Brasil e operam lá", avaliou.
Segundo relatos, os participantes das reuniões no Mdic foram unânimes sobre a continuidade das negociações, a princípio sem retaliação. As centrais sindicais levaram ao governo a preocupação com os empregos, já que as tarifas vão impactar fortemente a indústria, e defenderam que o governo já pense em medidas para contornar esse impacto.
As preocupações são as mesmas, de retração da atividade econômica no País. Há relatos de setores que já paralisaram plantas industriais, uma vez que os importadores pediram para segurar remessas de produtos, e outros segmentos decidiram antecipar férias coletivas.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(Com Agência Estado)
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