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Artigos Quinta-feira, 04 de Setembro de 2025, 16:31 - A | A

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Quinta-feira, 04 de Setembro de 2025, 16h:31 - A | A

ALLAN KARDEC

Memórias da Índia e outros pensamentos

ALLAN KARDEC PINTO ACOSTA BENITEZ

Recentemente, realizei viagem oficial à Índia representando o governo de Mato Grosso, através da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Seciteci). Em conjunto com o Parque Tecnológico Mato Grosso, comitiva de prefeitos e secretários municipais tive contato com soluções inovadoras, grandes investidoras internacionais e gigantes da inovação. Tudo isso poderá resultar em ações práticas para o nosso Estado.

Essa viagem foi um choque transformador para mim e gestores municipais que vivem realidades muito diferentes no Ocidente. Mais do que uma missão técnica, foi uma jornada reflexiva. A Índia é um país que não se explica, mas se sente. Para conhece-lo, é importante estar lá, ver ao vivo e em cores esse paradoxo vivo de espiritualidade transbordante, beleza extrema e contradições sociais, onde o caos revela, para olhos dispostos a ver, uma ordem complexa e fascinante.

A viagem serviu como um poderoso catalisador de reflexões sobre tradição em um mundo acelerado e sobre o que é sagrado em meio ao aparentemente profano. Como é intrigante estar num país cuja civilização remonta há mais de 5 mil anos e mantém uma identidade cultural voltada à questão espiritual, culinária e de desenvolvimento pessoal. Ao mesmo tempo, no entanto, é uma referência em inovação, modernidade e investimento em pesquisa e tecnologia.

Para mim, contudo, a viagem foi além do filosófico. Foi um canal concreto de oportunidades. O contato com gigantes da inovação e grandes investidoras internacionais abre portas para que possamos implementar soluções pioneiras e transformar a realidade econômica e social do nosso Estado. É a prova prática de que olhar para fora é essencial para construir dentro.

Conversei sobre essa experiência com alguns amigos e amigas. Curioso como certas conexões funcionam como um raio de luz em tempos sombrios. São elas que reacendem a chama da esperança e nos lembram que não estamos sozinhos na crença de que um mundo melhor é possível.

Essa esperança não é ingênua; é uma força ativa, alimentada pelo pensamento crítico e pela coragem de profanar o silêncio com palavras necessárias. É preciso deixar o medo de lado e dar vazão à inquietação, pois é precisamente desse turbilhão interior que nasce a recusa do óbvio e a busca por uma expressão digna de nosso tempo.

Minhas recentes conversas com a querida amiga Vera Maquêa, reitora da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), por exemplo, ilumina com clareza crua a estrutura do que defendemos. E é impossível falar de alicerce sem nomear a coluna vertebral de qualquer projeto político de transformação real: a arte, a ciência e a educação. Um projeto que vira as costas para a cultura, a literatura e o pensamento crítico é um esqueleto oco, incapaz de se mover e de comover.

A educação é o território da memória e da insurgência, onde exercitamos a complexidade, a dúvida e a empatia. Uma política surda, muda e cega para isso está fadada a repetir os mesmos erros, ainda que com um vocabulário novo.

Nós, de Mato Grosso, com toda nossa potência e contradições, temos o dever histórico de fazer política de forma diferente. E é isso o que tenho conversado com amigos e amigas. Conversas que, muitas vezes, aparentam tratar de “qualquer coisa”, de uma viagem de poucos dias, mas na verdade são um convite para que não subestimemos o poder dos pequenos gestos, da troca de ideias, das inquietações partilhadas. São elas que, no fim, sustentam absolutamente todo o resto.

(*) ALLAN KARDEC PINTO ACOSTA BENITEZ é secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, 1º vice-presidente nacional do Consecti, doutor pela UFMT, membro da Academia Mato-grossense de Letras (AML) e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso (IHGMT).

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