A expectativa de um desfecho positivo das conversas entre o presidente americano, Donald Trump, e o líder russo, Vladimir Putin, no Alasca, e a probabilidade, acima de 90%, de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em setembro deram fôlego às divisas emergentes.
Após mínima de R$ 5,3838 e máxima de R$ 5,4144 o dólar à vista caiu 0,35%, a R$ 5,3980. A divisa recuou 0,70% na semana, levando a desvalorização em agosto a 3,62%. No ano, o dólar perde 12,66% ante o real, que lidera entre emergentes.
"O mercado de moedas teve um dia calmo com um pouco de otimismo em relação a uma solução para o conflito na Ucrânia. O dólar continua se enfraquecendo no mundo, o que favorece o real", afirma o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, que não descarta a taxa de câmbio em R$ 5,30 nas próximas semanas. "É bem provável um dólar ainda mais baixo, se o ambiente externo não sofrer alterações."
Termômetro da moeda americana frente a seis divisas fortes, o Dollar Index (DXY) voltou a furar o piso dos 98.000 pontos, com mínima em 97.725. O DXY já recua mais de 2% no mês. Entre emergentes, destaque para peso colombiano e florim húngaro.
Pesquisa da Universidade de Michigan mostrou queda do sentimento do consumidor nos EUA de 61,7 em julho para 58,6 em agosto, ante previsão de 62,2. As expectativas de inflação em 12 meses subiram de 4,5% para 4,9% e, em cinco anos, de 3,4% para 3,9%.
Dados de atividade vieram mistos: vendas no varejo avançaram 0,5% em julho (estimativa de 0,1%), enquanto a produção industrial recuou 0,1% (projeção de +0,1%).
"O mercado já precifica um dólar ainda mais baixo, com a expectativa de redução de juros nos Estados Unidos. Mas ainda é preciso entender o efeito que as tarifas terão sobre a inflação", diz o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni.
O presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, afirmou que as leituras recentes de inflação trouxeram "tom de inquietação", mas que o BC não vai reagir "de maneira exagerada". Segundo ele, cortes de juros são possíveis se não houver sinais de espiral inflacionária.
Economistas do Itaú, liderados pelo ex-diretor do Banco Central (BC) Mario Mesquita, veem chance relevante de corte de juros nos EUA em setembro com piora do mercado de trabalho, mas ainda projetam a primeira redução em dezembro, com mais dois em 2025. "Não vemos mudanças nos fundamentos para o dólar, que deve continuar enfraquecido globalmente", diz o banco.
Com dólar mais fraco e diferencial de juros favorável ao real, o Itaú reduziu a projeção para a moeda no fim de 2025 e 2026 de R$ 5,65 para R$ 5,50, apesar do menor fluxo via comércio exterior após o tarifaço de Trump sobre exportações brasileiras.
*Este conteúdo foi elaborado com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão/Broadcast. Saiba mais em nossa Política de IA.
(Com Agência Estado)
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