A deputada estadual Edna Araújo (PT) classificou como “lamentáveis” as declarações do prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), que minimizou a representatividade do PT e criticou o uso de linguagem neutra durante. Segundo Edna, falas como a do prefeito revelam a postura de quem não defende a democracia e tenta deslegitimar minorias.
“É lamentável essas falas repetidas por aqueles que não defendem a democracia e nem a liberdade. Relacionam-se e falam das minorias como se elas devessem ser liquidadas, como se não devessem existir. Precisamos entender que a democracia não é o regime da maioria. O regime da maioria que massacra as minorias é o fascismo, porque o fascismo não aceita a diferença. A democracia é o regime de todos e de todas e todes”, afirmou.
A declaração de Abilio ocorreu após ele interromper a fala da professora Maria Inês, doutora em Saúde Pública pela USP e docente da UFMT, que utilizava linguagem neutra ao se dirigir ao público. Na ocasião, o prefeito disse não permitir o uso de pronomes neutros na conferência e acusou a docente de doutrinação ideológica.
O evento, que marcou a abertura da Conferência Municipal de Saúde de Cuiabá, foi palco de críticas à postura do gestor, que também já havia declarado que o PT não teria representatividade na Câmara Municipal. Hoje, Edna soma forças com outros deputados do partido na Assembleia Legislativa.
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Marcelo 14/08/2025
A deputada Edna Araújo distorce o conceito de democracia ao insinuar que limitar o uso de linguagem neutra é “não defender a liberdade”. Democracia não é a imposição de preferências de um grupo — seja ele maioria ou minoria — sobre todos os demais. É o equilíbrio entre liberdade e regras comuns, estabelecidas com base em leis, cultura e valores compartilhados pela sociedade. No Brasil, a norma culta da Língua Portuguesa não contempla a linguagem neutra, e instituições públicas têm o dever de adotar a forma oficial reconhecida, garantindo clareza, padronização e acessibilidade. Isso não é “massacrar minorias”; é preservar um patrimônio linguístico que serve a todos, inclusive às próprias minorias. Além disso, equiparar a recusa à linguagem neutra a “fascismo” é um abuso retórico. Fascismo é a concentração autoritária do poder e a supressão de liberdades — justamente o oposto do que ocorre quando um gestor assegura que a comunicação oficial siga padrões democráticos, definidos de forma transparente e que possam ser compreendidos por toda a população. O verdadeiro risco à democracia está em tentar impor mudanças estruturais na língua e na administração pública sem debate amplo, sem respaldo legal e, muitas vezes, à revelia da vontade da maioria. Respeitar as minorias é essencial, mas não se faz isso criando divisões artificiais ou alterando, por decreto ideológico, o modo como todos devem se expressar.
IZABEL GARCIA DUARTE 13/08/2025
Olha quem está falando a rachadeira kkkkkkkkkkk com todos kkkkkkkk
2 comentários