A Polícia Civil de Mato Grosso prendeu na manhã desta quarta-feira (30) o advogado Rodrigo Moreira Marinho, que havia sido designado pela Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT), para acompanhar os desdobramentos da Operação Sepulcro Caiado, deflagrada para desarticular um grupo criminoso responsável por fraudes milionárias no Poder Judiciário estadual. Marinho foi surpreendido com um mandado de prisão preventiva ao comparecer espontaneamente à Delegacia Especializada de Estelionato, em Cuiabá, como representante da OAB.
Segundo a Polícia Civil, ele é um dos alvos do inquérito que apura o desvio de recursos da conta única do Judiciário, com prejuízos que podem ultrapassar R$ 21 milhões.
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De acordo com o delegado Pablo Carneiro, responsável pela investigação, o advogado demonstrou surpresa ao ser informado da ordem de prisão, mas não resistiu e colaborou com os procedimentos. “Ele veio para acompanhar a prisão de colegas, mas descobriu no local que também era investigado. Tudo ocorreu de forma tranquila, e a busca domiciliar foi realizada com apoio de outros membros da OAB”, explicou o delegado durante coletiva de imprensa.
A operação, conduzida com apoio do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), cumpre 11 mandados de prisão preventiva e diversas ordens de busca e apreensão. As investigações apontam que o grupo criminoso atuava com o envolvimento de advogados, empresários e pessoas com acesso privilegiado aos sistemas do Judiciário, havendo ainda indícios de ligação com desembargadores, membros do CNJ e promotores de Justiça.
Em nota oficial, a OAB-MT informou que acompanha o caso desde o início por meio do Tribunal de Defesa das Prerrogativas (TDP) e que solicitará informações formais sobre a conduta dos profissionais envolvidos. A entidade também avalia a abertura de procedimentos disciplinares no Tribunal de Ética e Disciplina (TED).
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O nome da operação, Sepulcro Caiado, é uma expressão que remete a algo ou alguém que aparenta ser correto por fora, mas é corrompido por dentro, referência direta ao esquema fraudulento que se escondia sob a aparência de legalidade institucional.
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