O ex-deputado estadual e atual diretor-administrativo da Companhia Mato-grossense de Mineração (Metamat), Wagner Ramos; o diretor-técnico Francisco Holanildo Silva Lima e o ex-presidente do órgão, Juliano Jorge Boraczynski, são três dos alvos da Operação Poço Sem Fundo, deflagrada pela Polícia Civil nesta quinta-feira (8), que investiga uma associação criminosa por fraudar contratos firmados pela estatal para perfuração de poços artesianos. O prejuízo aos cofres públicos chega ao montante de R$ 22 milhões.
De acordo com a Polícia Civil, são cumpridas 226 ordens judicias contra o grupo criminoso. Dentre os alvos estão seis empresas, 24 pessoas físicas investigadas, dentre elas 16 são servidores ou ex-servidores, além de oito empresários.
Os mandados são cumpridos nas cidades de Cuiabá, Várzea Grande e Tangará da Serra, sendo 30 mandados de busca e apreensão, sequestro de 49 imóveis e de 79 bens móveis, além de bloqueios bancários de valores das contas dos investigados e das empresas, no valor estimado ao montante do prejuízo gerado. Também são cumpridas outras medidas cautelares, como afastamento de função pública.
As investigações identificaram uma associação criminosa instalada na Metamat com o propósito de desviar valores em contratos firmados pela estatal entre 2020 e 2023, cujo objetivo seria promover o abastecimento de água em comunidades rurais do Estado de Mato Grosso.
As empresas deveriam construir poços artesianos e garantir distribuição da água para os moradores próximos. Contudo, as auditorias realizadas pela Controladoria Geral do Estado apontaram inúmeras irregularidades, como poços que não foram encontrados nos locais indicados ou poços que foram perfurados sem condições de armazenamento da água, e até mesmo casos em que os próprios moradores das comunidades rurais improvisavam modo rudimentar para acessar a água do poço.
Foram identificados poços que teriam sido construídos dentro de propriedades particulares, áreas de pastagens e plantações, garimpos e até dentro de uma granja, além de outros em áreas urbanas, em completo desvio ao objetivo de atender comunidades rurais.
Nas auditorias, a Controladoria Geral do Estado identificou que houve diversas falhas durante a execução das obras e fiscalização, que resultaram no pagamento pela perfuração de poços secos ou improdutivos.
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