A ex-servidora da Prefeitura de Várzea Grande, Evelyn Poliana de Oliveira, de 24 anos de idade, revelou nesta segunda-feira (12) que agrediu e esfaqueou sua rival, Maria Eduarda da Silva Plácido dos Santos, também com 24 anos, no dia 30 de abril, após receber diversas ameaças da mesma e de Cleiton Graminha, de 40 anos, seu ex, que é o atual companheiro da vítima.
Em entrevista concedida ao Programa do Pop, na TV Cidade Verde, Evelyn contou que vinha sendo ameaçada por Maria Eduarda, que chegou a ir até seu local de trabalho com uma arma de brinquedo e a ameaçá-la durante o expediente.
Maria Eduarda conseguiu fugir do local e jogou o simulacro em um terreno baldio próximo. Com a ajuda da Guarda Municipal, o objeto foi encontrado.
“Essa Maria Eduarda foi até o local onde eu trabalhava, armada com um simulacro. Me ameaçou, falou que ia explodir minha cabeça. Isso dentro do meu trabalho”, afirmou Evelyn.
Em seguida, a ex-servidora justificou que não é bandida, que é mãe de duas crianças, e que a perseguição que sofria chegou ao limite.
“Não sou bandida. Sou uma mulher, mãe de duas filhas, que trabalha, que corre atrás. Tenho meus erros, meus acertos. Mas o que me levou àquilo foi uma série de fatos, eu já vinha sendo perseguida e ameaçada por esse casal”, disse.
Evelyn também alegou que Cleiton e Maria Eduarda teriam invadido sua casa e a agredido física e verbalmente. Disse ainda que procurou ajuda na Justiça e estava sob protetiva.
“Esse casal invadiu minha casa, me agrediu fisicamente e verbalmente. Fui atrás da Justiça, pedi medida protetiva. E o Cleiton responde, sim, por um processo de estupro. Ele tem medida, mas mesmo assim continuava me perseguindo”, afirmou.
Sobre o dia da agressão, Evelyn disse que tudo foi premeditado por Cleiton e Maria Eduarda, pois o mercado onde a rival estava fica em frente ao seu trabalho, local que ela frequenta diariamente. “Quando cheguei no mercado e vi o carro do Cleiton, eu sabia que era armadilha”, relatou.
Evelyn estava acompanhada do ex-marido e policial militar Ivan Guimarães da Silva, de 48 anos. Após visualizar a rival, pegou um taser, de posse de Ivan, e uma faca que estava na porta da caminhonete, e partiu para a agressão contra Maria Eduarda.
“Eu já estava cansada de tanta perseguição, ameaça, humilhação. Ela estava dentro do carro, fui tirar satisfação, ela saiu e veio para cima. Aconteceu o que todo mundo viu”, declarou Evelyn.
Questionada se não seria um caso de tentativa de homicídio, ela respondeu: “Eu só queria tirar satisfação. Queria saber por que faziam aquilo comigo. Só queria viver em paz.”
Evelyn ainda relatou que Ivan a incentivou a esclarecer a situação, mas não participou da agressão. Na sequência, Evelyn afirmou esperar justiça e reconheceu seu erro.
“Espero que a Justiça veja o que está acontecendo. Sei que errei, não estou tentando justificar meus atos. Mas eu já estava sendo perseguida há muito tempo. Queria viver minha vida, cuidar das minhas filhas, trabalhar em paz. Fui exonerada, tive que sair da minha casa, parar minha vida.”
Por fim, Evelyn pediu desculpas à mãe e às filhas, disse que não merecem estar associadas aos seus atos, e que não pretende mais morar em Várzea Grande.
“Quero pedir desculpas para minha mãe, minhas filhas. Elas não mereciam isso. Também para quem acreditava em mim. Eu errei, mas quero recomeçar. Não pretendo mais ficar em Várzea Grande. Aqui só tem dor.”
Maria Eduarda da Silva Plácido dos Santos, de 24 anos, foi a vítima. A jovem precisou suturar o ombro esquerdo devido aos ferimentos. O crime foi registrado em 30 de abril. O vídeo da ocorrência viralizou, e a prefeita Flávia Moretti (PL) determinou a exoneração de Evelyn, que era comissionada da Educação e atuava como secretária em uma escola municipal.
Já o PM foi afastado, e um procedimento disciplinar (PAD) foi aberto pela Corregedoria-Geral da corporação.
O caso segue em investigação pela Polícia Civil.
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