O 1º Seminário Cacau-MT Familiar, realizado nesta sexta-feira (8) no Teatro Zulmira Canavarros, em Cuiabá, trouxe uma proposta que pode impactar diretamente a agricultura familiar em Mato Grosso. Durante palestra, o presidente da Associação dos Produtores de Feijão, Pulses, Colheitas Especiais e Irrigantes de Mato Grosso (Aprofir), Hugo Garcia, sugeriu a criação de uma lei estadual que conceda incentivo fiscal a mercados e estabelecimentos comerciais que comprem produtos de pequenos e médios produtores do Estado.
A proposta, feita diante de um público de aproximadamente 450 agricultores familiares, visa fortalecer a comercialização de produtos locais e evitar desperdícios. Garcia citou como exemplo a situação da “Rota da Banana” em Cáceres, onde produtores chegam a descartar cerca de 4 mil quilos da fruta por semana por falta de mercado. “Enquanto isso, supermercados compram de produtores de fora do Estado. Nossos mercados precisam consumir o que é produzido aqui”, afirmou.
O presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (UB), elogiou a proposta e garantiu empenho para que a ideia seja transformada em lei. “Garcia é um defensor da agricultura familiar. É aí que o poder público deve atuar, para garantir emprego e renda”, destacou o parlamentar.
Painéis e debates Hugo Garcia dividiu o palco com o influenciador Isnael Nonato, conhecido como Agrônomo de Vera, que reforçou a importância da troca de experiências e do fortalecimento da rede de produtores. “Este evento marca um passo importante para consolidar o cacau e outros cultivos estratégicos, como banana, mandioca e hortaliças, em Mato Grosso”, disse Isnael.
Garcia também relatou visita técnica à propriedade do produtor Salomão, apelidado de “Rei do Cacau”, onde observou práticas de irrigação e manejo que aumentam a produtividade e a qualidade do fruto. Para ele, o cacau é uma alternativa econômica valiosa para pequenos e médios agricultores, gerando emprego e renda para o Estado.
O Seminário discutiu ainda políticas públicas, acesso a crédito, tecnologias de cultivo e integração do cacau em sistemas agroflorestais, reforçando o papel da agricultura familiar no desenvolvimento regional.
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