"Governantes como Trump estão criando uma coleção de fortalezas, onde cada país está separado por muros financeiros, culturais e até físicos. Essas fortalezas muitas vezes não são amigáveis", destacou. Harari pontua que essa divisão pode gerar mais conflitos e disputas por supremacia. "A administração Trump já demonstrou suas intenções imperialistas com a Groenlândia, o Canal do Panamá e até com o Canadá", disse.
A IA como uma 'inteligência alienígena'
O pensador enfatizou que agentes não-humanos, como a Inteligência Artificial (IA), também têm um papel relevante na atualidade. "A IA é uma torre que se autoconstrói. Enquanto os humanos perdem a capacidade de conversar, essa torre está ficando cada vez mais poderosa", ressaltou.
Para ele, a IA remete a uma inteligência alienígena, no sentido de que ela não é humana nem orgânica, sendo capaz de tomar decisões e inventar ideias que nunca ocorreriam para seres humanos nem para outros animais. Harari não descarta a possibilidade de a IA criar novas ideologias, novas formas de dinheiro e estratégias de poder militar. "Ela pode até funcionar como um texto sagrado que conversa com o fiel sem a necessidade de mediador humano."
O pensador reconhece na inteligência artificial um elemento indecifrável para qualquer ser humano. Também acredita ser uma aposta ingênua pensar que as IAs sempre vão permanecer como "servas" da humanidade. O filósofo pondera que a inteligência artificial pode ajudar a humanidade, prevenindo desastres climáticos e doenças, mas destaca os desafios, já que os humanos não têm larga experiência com essa forma de tecnologia. "Imagine quando milhares de IA superinteligentes interagirem entre si, que tipos de coisas podem inventar?", questionou.
Agora, ele acredita que o verdadeiro desafio é desenvolver inteligências artificiais de maneira saudável para a humanidade, garantindo que sejam usadas para bons propósitos. Segundo Harari, a IA deve ser encarada como uma criança, que aprende a partir das influências ao seu redor. Para ele, é essencial fortalecer a confiança entre os seres humanos antes mesmo de avançar na criação de novos modelos. "Se a humanidade cooperar, podemos desenvolver a inteligência artificial de forma responsável", afirmou. "É preciso construir um mundo em que a dignidade ainda tenha valor."
(Com Agência Estado)
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