A Polícia Civil de Mato Grosso confirmou, nesta quinta-feira (26), que uma adolescente, residente no município de Água Boa (a 729 km de Cuiabá), foi identificada como a suposta namorada do adolescente de 14 anos apreendido por matar os pais e o irmão de três anos em Itaperuna, no interior do Rio de Janeiro. A jovem será ouvida ainda hoje na delegacia da cidade, em apoio às investigações conduzidas pela 143ª Delegacia de Polícia do RJ.
Segundo o delegado do Rio de Janeiro, Carlos Augusto Guimarães, responsável pelo caso, o relacionamento entre os dois teria começado em jogos online e evoluído para um namoro virtual. A adolescente teria pressionado o garoto a viajar até Mato Grosso para encontrá-la pessoalmente, desejo frustrado pelos pais dele, que proibiram a viagem. Essa proibição, segundo o delegado, pode ter motivado o triplo homicídio.
Diante da declaração do menor, a Polícia Civil do RJ acionou a Delegacia de Água Boa, que rapidamente localizou a adolescente. Até o momento, não há indícios de que ela tenha incentivado o crime, mas a oitiva deve ajudar a esclarecer o contexto da relação entre os dois.
O CRIME
O adolescente apreendido foi à delegacia com a avó paterna na terça-feira (24) para registrar o suposto desaparecimento da família, alegando que os pais sumiram ao socorrer o irmão mais novo, que teria se engasgado com um caco de vidro. A versão, no entanto, não se sustentou diante das apurações iniciais. Os corpos das vítimas, Antônio Carlos Teixeira, 45, Inaila Teixeira, 37 e o filho caçula, foram encontrados nesta quarta-feira (25), dentro da cisterna da residência da família.
A perícia no local revelou manchas de sangue incompatíveis com um acidente doméstico. Confrontado com as evidências, o adolescente confessou o crime. De acordo com a polícia, ele disse ter atirado na cabeça dos pais enquanto dormiam e atingido o irmão com um disparo no pescoço. Quando questionado sobre o motivo de matar o irmão, afirmou que “quis poupá-lo da dor de perder os pais”.
A arma utilizada, pertencente ao pai, estava escondida sob o colchão do casal. O adolescente afirmou que se manteve acordado tomando pré-treino e cometeu os assassinatos enquanto a família dormia. Após os disparos, ele arrastou os corpos até a cisterna, utilizando produto de limpeza para disfarçar o sangue no chão.
A arma foi posteriormente encontrada na casa da avó, que a recolheu sem saber do crime. Os investigadores não apontam participação dela no caso. Além do namoro, outra linha de investigação considera uma possível motivação financeira. O adolescente teria pesquisado na internet como acessar o FGTS de pessoa falecida, o pai teria um saldo estimado em R$ 33 mil.
"Perguntamos a ele sobre essa pesquisa e ele confirmou que fez após os assassinatos. Ainda não sabemos se o dinheiro foi o principal motivo, mas seja qual for, trata-se de motivo fútil. Ele vai responder por isso na Justiça, afirmou o delegado Carlos Augusto.
O delegado também destacou o comportamento do menor, que demonstrou frieza e ausência de remorso durante o depoimento. “Ele descreveu os crimes com naturalidade, sem arrependimento. Disse que faria tudo de novo. É um menino frio, com traços de psicopatia ou de alta inteligência. Pode ter sido um ato premeditado”, concluiu Guimarães.
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