A Polícia Civil identificou todos os autores de casos de feminicídio registrados no primeiro semestre de 2025, detalhando a dinâmica dos crimes.
Segundo a Coordenadoria de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, foram contabilizados 27 feminicídios no período, com 25 inquéritos concluídos, representando 93% do total. Dois casos seguem em investigação.
A delegada Mariell Antonini, titular da coordenadoria, afirmou que os números evidenciam a efetividade das investigações. “Esses resultados reforçam o compromisso institucional com a apuração técnica e rigorosa desses crimes, aplicando a perspectiva de gênero para promover justiça às vítimas e seus familiares”, disse.
Entre os casos, Adriana Costa da Silva, de 33 anos, foi morta a pauladas em Sinop, em maio, na presença do filho de 8 anos. O suspeito já foi identificado e segue foragido.
O relatório aponta que 85% dos feminicídios ocorreram em contexto de violência doméstica, enquanto 15% resultaram de atitudes de sexismo ou menosprezo às mulheres.
Emelly Beatriz Azevedo Sena, de 16 anos e grávida de nove meses, foi assassinada em março, em Cuiabá, por uma mulher que simulou gravidez para roubar o bebê da vítima. O caso, inicialmente tratado como homicídio, foi reclassificado como feminicídio devido ao evidente menosprezo pela condição feminina da vítima. A ré será julgada pelo Tribunal do Júri, conforme decisão da 14ª Vara Criminal de Cuiabá.
Em Rondonópolis, a universitária Yasmin Farias Cardoso foi morta a facadas pelo ex-namorado, que não aceitava o término do relacionamento. A vítima tinha medidas protetivas contra o agressor, que foi indiciado e responde pelo crime na Justiça.
Dados da coordenadoria indicam que apenas quatro das 27 vítimas registraram boletins de ocorrência, e duas tinham medidas protetivas. Além disso, 78% dos feminicídios ocorreram dentro de casa, e em 77% foram utilizadas armas brancas ou de fogo.
Cerca de 70% dos casos solucionados já tiveram denúncias oferecidas pelo Ministério Público. Três casos aguardam oferecimento de denúncia, e outros três foram encerrados devido à morte do autor.
O feminicídio é uma das infrações com penas mais altas do Código Penal, que foram ampliadas recentemente de 20 para 40 anos, após mudanças aprovadas pelo Congresso Nacional e sancionadas pela União.
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