Com dano ambiental estimado em R$ 11 milhões, a Polícia Federal, com apoio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Fundação Nacional do Índio (Funai), deflagrou nesta quinta-feira (15) a Operação Olhos Fechados.
O foco foi combater crimes ambientais e de usurpação na Terra Indígena Sete de Setembro, localizada em Mato Grosso e Rondônia. Em relação aos mandados expedidos pela Vara Única da Subseção Judiciária Federal de Juína (a 420 km de Cuiabá), foram cumpridos onze mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão (dois deles contra caciques). Duas pessoas seguem foragidas. Durante a operação, houve ainda uma prisão em flagrante por posse ilegal de arma de fogo e o cumprimento de um mandado de prisão em aberto no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP).
A ação visa ainda reprimir o desmatamento, a garimpagem ilegal, a usurpação de bens da União e a associação criminosa dentro do território indígena. Um laudo pericial revelou a extensão da devastação causada pelas atividades ilegais na área entre junho de 2022 e outubro de 2024, totalizando 27,29 hectares de área atingida.
As investigações tiveram início após uma incursão no território protegido, quando equipes de fiscalização que atuavam em uma área de garimpo ilegal encontraram resistência por parte do cacique de uma das aldeias que dá acesso à exploração.
Ao longo de 2024, outras incursões e diligências foram realizadas, reunindo evidências que apontavam para o possível envolvimento de indígenas na atividade ilegal, incluindo a participação nos lucros obtidos com o garimpo. Constatou-se também a expansão da área de garimpo, impulsionada pela atuação contínua de garimpeiros no local.
A Operação Olhos Fechados busca apurar o possível conluio de lideranças indígenas que, em troca de vantagens financeiras, teriam "fechado os olhos" para a ilegalidade, dificultando o trabalho policial na coleta de informações e na realização de prisões em flagrante.
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