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Polícia Quarta-feira, 24 de Abril de 2024, 14:47 - A | A

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Quarta-feira, 24 de Abril de 2024, 14h:47 - A | A

TORNOZELEIRA EM CUIABÁ

WT burlou cautelares para gastar dinheiro do tráfico em viagens luxuosas e voo de paraquedas

Enquanto equipamento apontava que ele em Mato Grosso, o criminoso curtia viagens em Balneário Camboriú, Rio de Janeiro e Maceió

DA REDAÇÃO

O sistema de tornozeleira eletrônica apontava que o investigado Paulo Witer Farias, o 'WT', estava em Cuiabá no dia 30 de dezembro de 2023. Porém, a investigação da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) apurou que, no mesmo momento, ele estava a quase dois mil quilômetros de Cuiabá, desfrutando de um fim de semana de lazer e luxo nas praias do litoral catarinense, onde passou a virada do ano e saltou de paraquedas. Em datas subsequentes, fez viagens às cidades do Rio de Janeiro (RJ) e Maceió (AL), onde se hospedou em locais de alto padrão, à beira-mar. 

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A movimentação criminosa do investigado consta na documentação reunida no inquérito policial que embasou a 'Operação Apito Final', deflagrada no dia 2 de abril para prender a organização que criou um esquema milionário de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas na capital. 

Além de ‘curtir’ livremente, junto com seus comparsas, bares, praias e hotéis de luxo na cidade de Balneário Camboriú (SC), onde passou a virada de ano de 2023 para 2024, Paulo Witer também se divertiu saltando de paraquedas, atividades sustentadas com o dinheiro proveniente das ações criminosas do tráfico. No litoral catarinense, ele fez saltos de paraquedas no dia 30 de dezembro passado. 

Contudo, em todo o período em que permaneceu em Santa Catarina, a tornozeleira eletrônica mostrava que Paulo supostamente estaria em Cuiabá, em seu apartamento, em um condomínio em área valorizada da capital, ou seja, a quase dois mil quilômetros do local de onde ele de fato estava. 

A GCCO apurou que o grupo liderado por Witer viajou de Mato Grosso ao Sul do país em uma caminhonete Amarok, saindo de Cuiabá, no dia 27 de dezembro, e chegou a Balneário Camboriú no dia 29, por volta das 11h. Na cidade permaneceram até o dia 1º de janeiro e, depois, retornaram a Cuiabá. Com o líder do grupo estavam outros quatro investigados. 

“Todas as movimentações do investigado são feitas na certeza de que o sistema punitivo estatal é falho e em vários momentos inoperante”, ressaltaram os delegados da GCCO, Gustavo Belão e Rafael Scatolon. 

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RIO DE JANEIRO E MACEIÓ

Na certeza da impunidade, Paulo Witer e seus dois fiéis comparsas, Alex Júnior Santos de Alencar e Andrew Nickolas Marques dos Santos, viajaram mais uma vez, desta vez com destino ao Rio de Janeiro, onde se hospedaram em hotel de alto padrão na orla carioca. Informações reunidas no inquérito apontaram que o trio embarcou no Aeroporto Internacional Marechal Rondon no dia 17 de março. Apenas um deles, Alex, retornou a Cuiabá. 

Paulo Witer e Andrew ficaram no Rio de Janeiro até 28 de março e depois embarcaram para Maceió. Na capital alagoana, ele se reuniu a outros comparsas e se hospedou em um resort urbano, na praia de Jatiúca, uma das melhores localizações da cidade. A proposta firmada com o resort apontava que o grupo participaria de um campeonato de futebol e custeado com dinheiro do tráfico de drogas, o grupo se hospedou em suítes de luxo superior no resort, cuja hospedagem ultrapassou os R$ 70 mil.

Paulo Witer, Andrew, Alex Júnior e Tayrone Fernandes de Souza acompanharam o time “Amigos WT” em um torneio de futebol em Maceió. O time amador foi criado por Witer para dissimular a lavagem de capitais da facção criminosa. 

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No dia 29 de março, a Polícia Civil de Mato Grosso, com apoio da Polícia Civil de Alagoas, prendeu os quatro investigados na capital alagoana, como parte da primeira ação da Operação Apito Final. Todos estavam com os mandados de prisão expedidos pelo Núcleo de Inquéritos Policial de Cuiabá, após a representação da GCCO. 

No momento da prisão em Maceió, Paulo Witer também não utilizava a tornozeleira eletrônica, mais uma vez descumprindo as medidas judiciais. 

No dia 02 de abril, o advogado de Paulo Witer, Jonas Cândido e também investigado como integrante da organização criminosa, foi preso na capital alagoana, onde estava a serviço do cliente.

TRANSFERÊNCIA PARA MT

Na semana passada, o juiz Jorge Alexandre Martins Ferreira, do Núcleo de Inquéritos Policiais da Capital (Nipo), determinou as transferências de Paulo e dos comparsas para Cuiabá. Eles estavam detidos em um presídio de segurança máxima em Alagoas, onde também foi cumprido o mandado de prisão contra Paulo que determinou a regressão do regime semiaberto para o fechado. 

Em dezembro passado, Witer foi colocado no regime semiaberto, com uso de tornozeleira eletrônica, após cumprir 15 anos, de um total de 51 anos de penas impostas em diversos processos na justiça estadual. 

O grupo foi transferido a Cuiabá e está detido na Penitenciária Central do Estado. 

APITO FINAL

Em uma investigação que durou quase 2 anos, a GCCO apurou centenas de informações e análises financeiras que possibilitaram comprovar o esquema liderado por Paulo Witer para lavar o dinheiro obtido com o tráfico de drogas. Para isso, ele usou comparsas, familiares e testas de ferro na aquisição de bens móveis e imóveis para movimentar o capital ilícito e dar aparência legal às ações criminosas.

A operação foi deflagrada no dia 02 de abril, com a finalidade de descapitalizar a organização criminosa e cumprir 54 ordens judiciais que resultaram na prisão de 20 alvos, entre eles o líder do grupo, identificado como tesoureiro da facção, além de responsável pelo tráfico de entorpecentes na região do Jardim Florianópolis, onde ele montou uma base para difundir e promover a facção criminosa agindo também com assistencialismo por meio da doação de cestas básicas a eventos esportivos.

A investigação da Gerência de Combate ao Crime Organizado apurou que o esquema movimentou R$ 65 milhões na aquisição de imóveis e veículos. As transações incluíram ainda criação de times de futebol amador e a construção de um espaço esportivo, estratégias utilizadas pelo grupo para a lavagem de capitais e dissimulação do capital ilícito.

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Reprodução/PJC

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