Desde a saída dos dependentes químicos da Rua dos Protestantes, operações dos poderes municipal e estadual no início de maio, a praça havia se tornado um dos pontos de concentração dos usuários. Ali, eles se misturavam à população de rua que ocupava o local.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, a base vai permanecer no local por tempo indeterminado para "reforçar a presença policial na área para prevenir ações criminosas".
O órgão informou ainda que amplia as bases fixas. "Sete das 11 bases comunitárias previstas já foram inauguradas; as demais devem ser entregues até julho deste ano", informa a SSP.
Moradores reconhecem que a presença dos policiais inibe o tráfico que, nas últimas semanas, chegou a ser vendida em caixotes de madeira ou caixas de papelão. Além das drogas, eram vendidas roupas e bebidas alcoólicas. "Não sabia como era ter usuários na porta de casa. Agora sei", declarou um morador da região há dez anos.
Na noite desta terça-feira, 3, os caixotes já haviam sido retirados da praça, que estava vazia por volta das 22h. Por outro lado, os usuários - um grupo de 20 a 30 pessoas - se concentrava embaixo do Minhocão.
Iezio Silva, presidente da Associação Pró-Campos Elíseos, afirma que essa base móvel estava nas proximidades da Praça Princesa Isabel desde abril. Agora mudou de lugar. Questionada sobre a mudança, a SSP não se manifestou.
Moradores reclamam de usuários na Avenida Duque de Caxias
Moradores e frequentadores denunciam concentrações de usuários na Avenida Duque de Caxias, nos cruzamentos com as ruas Guaianazes e Gusmões. O cruzamento, com quatro prédios residenciais fica a dois quarteirões da Secretaria de Segurança Pública e do Hospital da Mulher.
A Prefeitura informou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) faz patrulhamento permanente e preventivo 24 horas na região.
Dispersão da Cracolândia
"Em lugares com ocupações momentâneas ou periódicas na cidade, por pessoas em situação de rua, usuários ou não de drogas, a Prefeitura realiza abordagens de forma ativa por 1.600 agentes, que oferecem acolhimento e encaminhamento a serviços de saúde e assistência social."
"A polícia passa com a sirene ligada, eles se dispersam por alguns minutos, mas logo voltam ao mesmo local", diz outro morador.
Uma moradora que estava na lavanderia, na lateral de um dos prédios, conta que ouviu gritos em sua direção com ameaças. Motivo: os usuários acharam que ela estava filmando o grupo. "A gente não tem segurança nem dentro do apartamento."
Os dependentes químicos vagam por ruas do centro, sem formar grandes aglomerações por causa do monitoramento das forças policiais. Os grupos são menores. Na rua dos Protestantes, por exemplo, o levantamento feito por drones da Prefeitura apontava em média a presença de 280 pessoas.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirmou que o fluxo vinha diminuindo nos últimos meses graças à atuação da assistência social, da saúde e das forças de segurança. Um dos principais motivos para o esvaziamento da rua dos Protestantes foi a operação conjunta do governo e da prefeitura na Favela do Moinho, local de onde partiria o envio de drogas para o fluxo.
Historicamente, o fluxo da Cracolândia migra. Depois de ocupar por décadas a região da estação Julio Prestes, na Luz, o grupo de usuários já passou pela praça Princesa Isabel, pelas ruas dos Gusmões e Helvétia, pelas alamedas Cleveland e Dino Bueno e pela Rua dos Protestantes, o último local de maior concentração.
(Com Agência Estado)
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