O Sistema Penitenciário de Mato Grosso registrou, entre janeiro e setembro de 2025, 26,8% dos presos em regime fechado envolvidos em atividades laborais internas e externas. O número já supera a meta prevista para o próximo ano no Plano Estadual de Trabalho e Renda no Sistema Penal.
Dos 15.162 privados de liberdade distribuídos nas 41 unidades prisionais do estado, 4.062 estão empregados em diferentes funções. Desse total, 2.200 atuam em serviços externos, como construção civil, limpeza pública, montagem de componentes eletrônicos, fabricação de colchões e artefatos de concreto, entre outros. Os reeducandos recebem remuneração pelas atividades.
Um dos exemplos está em Barra do Garças, onde a nova unidade prisional, com capacidade para 432 vagas, está sendo construída com mão de obra prisional. A estrutura pré-moldada é produzida por 109 reeducandos na fábrica anexa à Penitenciária Central e montada por outro grupo na cadeia pública do município.
Dentro das unidades, 1.862 reeducandos trabalham em oficinas de serralheria, marcenaria, cultivo de hortaliças, produção de uniformes, móveis, fraldas, objetos decorativos, imagens sacras, alimentos e artes plásticas. A Secretaria de Estado de Justiça mantém 36 tipos de oficinas internas com remuneração, exceto para atividades de limpeza e manutenção.
Segundo levantamento da Superintendência de Política Penitenciária, houve crescimento de 36,5% no número de reeducandos empregados nos últimos cinco anos. Em 2020, a população prisional era de 11.196 pessoas; em setembro de 2025, ultrapassou 15 mil.
O secretário de Justiça de Mato Grosso, Vitor Hugo Bruzulato, destacou que a Sejus e a Fundação Nova Chance têm ampliado parcerias com empresas privadas e órgãos públicos para fomentar a ocupação remunerada. “O trabalho é um instrumento de transformação e reintegração social. Por isso, buscamos ampliar as oficinas e oportunidades externas”, afirmou.
O Plano Estadual de Trabalho e Renda, aprovado pela Secretaria Nacional de Políticas Penais, estabelece metas anuais de educação, empregabilidade e qualificação profissional. A meta para 2026 previa 10% de aumento anual no número de trabalhadores do regime fechado, com base nos 3.221 presos empregados em 2023. Com os números atuais, Mato Grosso já alcançou antecipadamente a meta estipulada para 2026.
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