O empresário e produtor agropecuário Edilson Antônio Piaia (PL), de 57 anos, atual prefeito de Campo Novo do Parecis (400 km de Cuiabá), é um dos nomes citados em relatório do Observatório De Olho nos Ruralistas por suposta participação no financiamento de atos antidemocráticos em 2022.
Segundo o documento, Piaia integra uma lista de 74 agropecuaristas, empresários e políticos de Mato Grosso que teriam se mobilizado contra o resultado das eleições daquele ano. Ele é apontado como responsável pelo envio de três caminhões adesivados com a frase “Socorro FFAA” para os acampamentos em Brasília. Os veículos teriam sido usados em bloqueios de estradas e atos em frente a prédios públicos, na tentativa de impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O nome de Piaia já havia sido incluído nas investigações conduzidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou, em novembro de 2022, o bloqueio de suas contas bancárias. Mesmo assim, sua candidatura à prefeitura foi mantida e, em 2024, ele saiu vitorioso com 14.123 votos (65,40% dos válidos).
Piaia é um dos símbolos da força política do agronegócio em Mato Grosso, especialmente em municípios como Campo Novo do Parecis — um reduto eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em 2022, Bolsonaro obteve 69,02% dos votos no segundo turno na cidade, índice próximo ao de Piaia nas eleições municipais.
O novo prefeito declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 49,2 milhões, incluindo terras, empresas do setor agrícola, uma usina de algodão e uma revenda de insumos. Sua vitória consolida a presença de grandes empresários do agro nas estruturas de poder local — inclusive aqueles citados em investigações sobre ameaças à democracia.
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