O empresário Erison Coutinho, proprietário da loja Rei dos Panos, rebateu as acusações e criticou a forma como ocorreu a Operação Marca Registrada, deflagrada nesta quinta-feira (28) em Cuiabá e Várzea Grande pela Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon). A ação teve como objetivo combater a venda de roupas e acessórios falsificados de grifes nacionais e internacionais.
Coutinho afirma, em vídeo postado nas redes sociais, que a abordagem foi marcada por exageros e exposição desnecessária. Ele contou que, por volta das 10h, recebeu uma ligação do gerente da loja relatando a presença de três viaturas da Polícia Civil, além de equipes do Procon e da Sefaz. “Foi um exagero toda essa exposição, de colocar três viaturas na porta da loja, sendo que ali só tem trabalhador. Meus funcionários ficaram assustados, acho que eles fazem um escândalo maior do que realmente é para gerar mídia”, afirmou.
O empresário destacou ainda sua trajetória no setor, lembrando que começou a vender roupas há mais de 10 anos, de forma simples, e que conquistou cada espaço de maneira honesta. “Comecei vendendo em cima de uma moto, fui crescendo aos poucos, degrau por degrau. Abri minha primeira loja há 8 anos, sempre trabalhando com integridade. Somos reconhecidos em Mato Grosso inteiro pela loja Rei dos Panos, com preço justo e produtos de qualidade. Nunca enganamos nossos clientes”, declarou.
Coutinho também disse que apresentou documentos fiscais, mas mesmo assim as mercadorias foram recolhidas. “Levaram produtos que eu tenho nota fiscal de compra, pago imposto de tudo. Meu gerente apresentou algumas notas, mas eles não quiseram nem olhar. Agiram com deboche, dizendo que levariam tudo e depois resolveriam. Nós trabalhamos dentro da lei, com funcionários registrados e impostos em dia, não podem nos tratar como bandidos”, criticou.
Em um vídeo gravado dentro de seu carro de luxo, um Jaguar, Coutinho confirmou a fiscalização e alegou tranquilidade diante da situação. Segundo ele, fiscais da Sefaz e da Receita Federal levaram mercadorias de sua loja localizada na Avenida do CPA. “Infelizmente, hoje de manhã recebemos a fiscalização. Estão levando várias mercadorias nossas. Estou postando aqui porque provavelmente vai sair na mídia. Vou esperar o decorrer de tudo e trago mais informações”, afirmou.
De acordo com o delegado Rogério Ferreira, da Decon, os produtos eram vendidos a preços muito abaixo do mercado e vinham de locais como a Rua 25 de Março, em São Paulo, sem qualquer controle alfandegário ou pagamento de tributos. “O crescimento desenfreado desses comércios ilegais tem causado sérios prejuízos a quem trabalha de forma honesta”, destacou.
Levantamento do Fórum Nacional Contra a Pirataria aponta que o Brasil perdeu R$ 468 bilhões em 2024 com contrabando e falsificações. O setor de vestuário foi o mais afetado, registrando R$ 87 bilhões em prejuízos. Um estudo da CNI, em parceria com Fiesp e Firjan, também revelou que a pirataria levou ao fechamento de 370 mil empregos formais em 2023, sendo 64 mil apenas no setor de roupas e calçados.
Outro lado
Foi solicitado nota junto a Assessoria da Polícia Civil referente a apresentação das notas fiscais para entender como foi o procedimento na loja Rei do Pano, mas até a publicação da matéria, a reposta não havia chegado. O espaço permanece aberto para manifestação.
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